Logo após a tomada de posse do Castelo, D.Afonso Henriques aí funda a Igreja de S. Pedro de Canaferrim. Em 9 de Janeiro de 1154 D.Afonso Henriques outorga carta de foral à Vila de Sintra com as respectivas regalias durante o 3º quartel do século XVIII e praticamente todo o século XIX é o espírito romântico dos viajantes estranjeiros e da aristocracia Portuguesa que redescobrem a magia de Sintra e dos seus lugares, mas sobretudo o exotismo da sua paisagem e do seu clima.
dos Mouros.
Em Santa Eufémia, surge-nos um Habitat da Idade do Ferro, no qual se fundem elementos de características indígenas e outras de inequívoca origem mediterrânica(principalmente Púnica) remontando ao século IV a.c. durante a Romanidade toda a região de Sintra se inscreve no vasto território da civitas Olisiponense, a qual César cerca de 49 a.c. ou mais provavelmente Octaviano, cerca de 30 a.c. concede o invejável estatuto de Municipum Civium Romanorum.
Tudo indica que terá existido um povoado localizado a Sudeste da Serra de Sintra e que terá sido habitado desde os séculos II/I a.c. a V d.c. u
ma via ligaria este aglomerado à zona rural localizada a sudeste da Serra e muito provavelmente aí entroncaria na estrada de Olisipo. Conforme o costume Romano de colocar os túmulos funerários ao longo das vias e á saída dos habitats também aqui se detecta.
Aqui chega no verão de 1787, William Beckford, hóspede do 5º Marquês de Marialva, Estribeiro Mor do Reino, residente na sua propriedade de Seteais e é aqui que a ainda Princesa D. Carlota Joaquina, mulher do regente D.João, compra no princípio do século XIX, a quinta e o palácio do Ramalhão, entre 1791 e 1793 Gerard Devisme constrói na sua extensa Quinta de Monserrate o palacete neo-gótico cujo desenho – supõe-se que seja de arquitecto Inglês – não foi ainda atribuído com segurança. Beckford, que permanecera em Sintra arrenda a propriedade de Devisme em 1794. E é ainda o exotismo desta paisagem envolta em nevoeiro uma boa parte do ano que atrai um outro Inglês, Francis Cook – o segundo arrendatário de monserrate depois de Beckford e a expensas do qual é construído o pavilhão de gosto oriental que hoje conhecemos -, entre uma série de magnates estrangeiros que por aqui se vão fizando em palácios, palacetes e chalets que fazem construir ou que reconstroem à medida das potencialidades deste invulgar meio natural.
O grande enpreendimento turístico deste século (XIX) em Sintra é sem dúvida o Palácio da Pena, obra marcante do romantismo Português, iniciativa do rei-consorte D.Fernando II, marido da rainha D.Maria II (1834-1853), um alemão da casa de Saxe Gobourg- Gotha. O palácio, construído sobre o que restava do velho mosteiro Jerónimo do Séc XVI – mas conservando-lhe partes fundamentais ( a Igreja, o Claustro, algumas dependências) – é de uma arquitectura eclética única que não teve continuidade na arte Portuguesa. Projecto do Barão de Eschwege e do próprio D.Fernando II, substituí-se ao Palácio da Vila enquanto estância de veraneio da corte. Depois de Sintra, nos meses de setembro e outubro é em Cascais que a corte de D. Luis I (1861-1889) e de D.Carlos I (1889-1908) termina o veraneio.
Durante a 1ª metade do século XX fundam-se em Sintra instituições especialmente vocacionadas para o estudo e protecção do seu vasto património artístico de que é de destacar, nos anos vinte, a do instituto histórico de Sintra, sob a égide de Afonso de Ornelas. Os estudos arqueológicos tiveram neste período, um desenvolvimento considerável. Em 1917, Félix Alves Pereira redescobriu o povoado Neolítico de Santa Eufémia, e a primeira notícia sobre o monumento Pré-Histórico da Praia das Maçãs data de 1929.
Graças ao plano De Groer que data de 1949 e que foi elaborado para defender a vila e os seus arredores imediatos de previsíveis agressões urbanísticas, foi felizmente respeitado e contribuiu de forma decisiva, para que Sintra e a sua Serra sejam hoje práticamente o que foram no século XIX.
Herança Histórica, antropológica e ambiental de raízes milenárias. Sintra é hoje um sítio tido na qualificação de paisagem cultural que se afirma como um património em que se identificam hoje como no passado – nacionais e estrangeiros.